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Lançamento CD "Estrela - Nicolas Krassik interpreta gilberto Gil"

Entre os profissionais e amantes da música no Brasil, Nicolas Krassik dispensa apresentações. Sua origem, formação e musicalidade são temas que foram se tornando conhecidos ao longo desses quase vinte anos de residência brasileira do violinista nascido na França. Porém cabe dizer aqui que foi através do contato com os trabalhos de João Bosco e de Gil (mais especificamente o álbum/trilha "as canções de Eu, Tu, Eles”), entre outros, que Nicolas decidiu mergulhar numa pesquisa mais profunda em relação a música feita no Brasil, optando então por viver no país.

Depois de muitas colaborações com diversos artistas nacionais (incluindo o próprio Gil) e de ter gravado um disco com composições de Bosco (“Odilê Odilá” 2009), eis aqui o álbum ESTRELA, dedicado a interpretar as canções do compositor baiano. A escolha do repertório se baseia no período entre os anos 70 e 90, começando com Expresso 2222 (1972) e terminando com Parabolicamará (1991), respectivamente a primeira e a última faixa do álbum. As impressões sobre o que se ouve através das gravações desse disco serão naturalmente pessoais e múltiplas, então me atenho a dissertar sobre a afirmação do quão potente é o encontro entre Nicolas e Gil e quais ingredientes o fomentam. 

Como compositor, Gil sempre buscou estar cercado de músicos com os quais pudesse livremente dividir os temas e alcançar outros planos que não só os primáriamente implícitos na composição em si.
Portanto, a sensibilidade musical, o domínio de seu instrumento para dar vazão a essa sensibilidade e a capacidade de improvisação em todos os gêneros propostos eram características comuns a maioria deles, de Lanny Gordin a Arthur Maia. Mas curiosamente, apesar dessa relação íntima entre a obra de Gil e grandes nomes da música instrumental, não há muitos trabalhos dedicados integralmente a essa combinação. Nesse sentido, Nicolas Krassik aparece como um grande realizador.

Acompanhado de músicos também dotados das mesmas características descritas acima, Nicolas extrapola os limites aos quais a obra de um cantor de rádio está sujeita no que diz respeito a abordagerm musical e estilística. Improvisando sobre os trilhos do Expesso 2222, recolorindo o Sítio do Pica Pau Amarelo, rearmonizando a Estrela, redescobrindo De Onde Vem o Baião, sambando no Mar de Copacabana, espalhando os pingos das lágrimas de Drão através de seu pizzicato, canonizando o Lamento Sertanejo (com referência justa e honrosa a Dominguinhos, o compositor do lado musical da parceria), desurbanizando e reinventando a Refavela, e sintonizando Parabolicamará na psicodelia roqueira como um verdadeiro rei da brincadeira. Tudo isso com destreza e naturalidade impressionantes, que só alguém com a erudição, a técnica, a inspiração, a criatividade, a experiência, a coragem e o amor pela música seria capaz. Esse alguém é Nicolas Krassik.

Bem Gil

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